terça-feira, 30 de novembro de 2010

Seminário de Epistemologia filosófica - Gestalt

GESTALT


SEMINÁRIO - Variação Linguística do Norte






Dialeto é a modalidade de uma língua caracterizada por determinadas peculiaridades fonéticas, gramaticais ou regionais. Dialeto regional é a forma como uma língua é realizada numa região específica. Nesse post pode ser percebido claramente como uma mesma língua pode possuir diferentes dialetos.

Não existe essa língua errada, fraca ou pobre.
Falamos apenas - DIFERENTE
Mas, quem fala igual???
Até você, fala diferente dependendo da situação ou do receptor.
Isto não é POBREZA e sim RIQUEZA!! 

Assim, o gaúcho, o mineiro, o paraense, o mineiro, e todos os outros; tem suas formas peculiares de se expressar. Por isso pense duas vezes antes de falar, para não falar bobagens. Valorize sua terra! Valorize seu povo!



June 15, 2008 at 3:22 pm (Dialetos regionais, O dialeto do Norte)



Dialeto característico da região amazônica recebe o nome curioso de canua cheia de cúcos de pupa a prúa

O dialeto característico das populações ribeirinhas do Norte do país tem um nome bastante curioso: canua cheia de cúcos de pupa a prúa. Este nome demonstra a forma como essas populações locais pronunciam a vogal "o".
"Na região Norte, como um todo, a respeito dela, o nosso maior filólogo foi o professor Serafim da Silva Neto. Ele escreveu no livro Introdução ao Estudo da Língua Portuguesa no Brasil a respeito da existência de um dialeto intitulado canua cheia de cúcos de pupa a prúa, que seria na língua culta canoa cheia de cocos de popa a proa. Esse filólogo, que foi a maior dentre todos eles, se referiu a este dialeto que falam amazonenses e paraenses com esse nome por ser um dialeto cuja marca essencial é a modificação da pronúncia da vogal `o´ tônica em `u´. Então, em vez de canoa, se diz canua; em vez de coco, se diz cúco; em vez de popa, se diz pupa; e em vez de proa, se diz prúa", explica o professor Orlando Cassique Sobrinho Alves, do Departamento de Língua e Literatura Vernácula da UFPA (Universidade Federal do Pará).
Ele lembra que a esse fenômeno é classificado tecnicamente como alteamento: "Quer dizer, a vogal média `o´ passa a ser uma vogal alta `u´. Existe em outros dialetos brasileiros, só que não é na tônica. Por exemplo, quando lá no Rio se diz `culégio´ (no lugar de colégio)".

Segundo Alves, uma série de razões são levantadas para justificar as características específicas do modo de falar do povo do Norte, destacando, especialmente, as influências vindas do português falado em determinadas áreas de Portugal durante a colonização.
O professor da UFPA lembra que ainda há dois outros dialetos específicos no Pará. "O da zona bragantina, que era uma antiga estrada de ferro que ligava o estado do Pará com a cidade de Bragança, próxima do Nordeste. Esse dialeto da zona bragantina é também um dialeto tradicional do Pará, historicamente representativo e é falado por pessoas que ajudaram a construir o estado. Ele tem muita influência de cearenses e maranhenses, influência de nordestinos", lembra.
"Há um outro dialeto muito difuso, amorfo neste momento, porque se constitui no sul do Pará, nessa área onde a migração foi forte nos últimos anos por causa das riquezas do Pará, do ouro, da madeira, de fazendas etc. Ele resulta da influência de baianos, mineiros, paulistas, paranaenses, gaúchos no sul do Pará", conclui Alves.

Conheça termos característicos do Norte do País:

papudinho = pessoa alcoólatra
mão-de-mucura-assada = sovina
pai d´égua = interjeição que significa legal, bacana
xibé = prato feito de farinha de mandioca e água
churrela = caldo obtido após o processamento do açaí, quando as sementes são lavadas e a esta "água de açaí" é dado o nome de churrela

Dialetos

O Pará tem pelo menos dois dialetos de destaque: o dialeto paraense tradicional, usado na capital Belém, no nordeste do Pará, Oeste do estado, e em boa parte do território estadual; enquanto outro sotaque é utilizado na região sudeste do Pará (região de Carajás): um dialeto derivado de misturas de nordestino, mineiro, capixaba, goiano e gaúcho.
Dialeto paraense tradicional: tem como característica mais distintiva o raro uso do pronome de tratamento "você", sobretudo nas intimidades, substituindo "você" por "tu": "tu fizeste", "tu és", "tu chegaste", muitas vezes chegando a omitir a partícula "tu", verbalizando expressões apenas como: "chegaste bem?", "já almoçaste?". O "r" e o "s" são pronunciados de maneira semelhante à do Rio de Janeiro. Tal dialeto é considerado brando (à exceção da letra "s") e possuidor de menos vícios de linguagens, comparado aos outros do Brasil, sendo encontrado em toda a região da Amazônia, inclusive litoral do Maranhão, e decorre da forte colonização portuguesa sem influência de outros povos.
Em uma visita a Belém, o renomado professor de língua portuguesa, Pasquale Cipro Neto, afirmou que considera o dialeto de Belém semelhante em muitos aspectos ao de Lisboa, Portugal.
Dialeto da Região de Carajás: marcante o uso do "s" como o de São Paulo, e outras peculiaridades. Essa maneira de falar existe no Pará desde meados da década de 70, quando houve uma maciça migração desordenada de nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas para a região, atraídos com a descoberta da maior reserva mineralógica do planeta (Carajás) e pela oferta em abundância de terras baratas.
Essas diferenças culturais geraram mal estar entre os habitantes da região colonizada e do resto do estado (entre os "tradicionais paraenses" e os "novos paraenses"). Hoje em dia, a diferença cultural é um motivos dessa região manifestar interesse de ser um estado autônomo. A região também registra o maior número de conflictos e mortes no campo, derivados de disputas por terras em um sistema fundiário caótico da região.


POR DENTRO DAS GÍRIAS PARAENSES
  
LEVOU O FARELO! – se deu mau! 
SÓ-TE-DIGO-VAI! – expressão usada pelas Mães pra chamar a atenção dos filhos, quando não as obedecem!
TE ACOCA – te abaixa.
MUITO PALHA! – muito ruim!
MAIS-COMO-ENTÃO? – “me explique por favor!”
BORA LOGO! – se apresse!
BORIMBORA! – vamos embora
“MAS QUANDO!” – “você está mentindo!”.
“EU CHOOORO!!!”- significa ” não tô nem aí pra tí!, te vira!, dá teu jeito!”.
MAS CREDO – sai fora
JÁ ME VÚ – tchau
TU ALOPRAS – VC “apela”
HUM TÁ, CHEIROSO! – “é uma forma de ironia, Tipo “conta outra!”.
PUTISTANGA – poxa vida!!!
UUUULHA – expressão usada por nossas crianças quando querem se referir a algo.
ASSANHADO – Para nossos amigos sulistas, essa esse adjetivo não quer dizer “ENXERIDO”, e sim, seu cabelo está bagunçado!!
DIACHO – Expressão de desapontamento;
CARAPANÃ – pernilongo, mosquito, borrachudo.
PÔ-PÔ-PÔ – embarcação típica composta por um a canoa coberta, movida a motor de 2 tempos na pôpa.
CALANGO ou OSGA – lagartixa (de chão).
BAITA – Algo legal, bacana.
ARREDA AÍ –> afasta aiii
JÁ ESTÁS NO TEU MOMENTO – quando alguém faz algo q chame atenção, ou dá em cima de outra pessoa… Ai usam isso!!!
MAS QUANDO! - não se refere a data e sim a pessoa dizendo “não” por ex: VC vai ao show hj?? Mas quando, estou sem dinheiro
ESMIGALHAR – amassar, desmanchar
ESBANDALHAR – quebrar
RALHAR – brigar
DIZ QUE… – uma interjeição de ironia
COQUE – um leve soco com a falange dos dedos na cabeça da criança peralta
PAPUDINHO – cachaceiro
DISPRÉ – algo ruim, vergonhoso
CARAMBELA – cambalhota
JÁ QUERES… - qndo a pessoa esta interessada em outra. Por ex: olha esse carinha é gatinho(a garota fala) / resp: Ja queres,né!!! (a Outra responde)
PAPA-CHIBÉ - paraense autêntico, aquele que não troca seu pirão de água com farinha com umas boas cabeças de camarão.
MANINHU - Amigo, Colega
LÁ NO CANTO - lá na Esquina
TEBA - quer dizer grande. Por ex: tem uma teba de uma orelha.
CHOPE - em todo canto vemos placas assim: VENDE-SE CHOPE, quem não sabe fica intrigado achando q vende cerveja em todas
As casas quando na verdade é sacolé..
ESPOCAR - estourar, encher de mais, explodir, etc…_
PÃO CARECA - pão francês, cacetinho, etc.
TITIA - normalmente usado pelo paraense ao invés de “tia”. Ex.Vou pra casa da titia.
DAR A FORRA - retribuir um favor prestrado por alguém.
PIRA - brincadeiras infantis (tipo pique lá pras bandas do sul) / ou ferimento causado por má higiene.
TORÓ - chuva forte.
TÁ RALADO - palavra usada para expressar q algo está difícil d ser realizado (tá foda!).
PIPÍRA - mulherzinha, cabuquinha…
POTOCA - papo furado, mentira
TU TÁ BEM NA FOTO - mas não é lá essas coca-cola – estás bem, mas não é lá essas coisas…
MAS TA VINDO UM PÉ D’ÁGUA - Tempestade, chuva muito forte
VAREJEIRA – mulher safada.
CABA – espécie de inseto – (maribondo, vespa)
TU VAI DANÇAR UM CARIMBÓ JÁJÁ - eu vou te dar uma surra.
DE ROCHA - de verdade, pra valer
BUI ADO - endinheirado
PAPAGAIO - PIPA
PERAÍ - espera um pouco ex: ei maninha perai, já tô indo !!
RASGA - saí fora ! EX: Ei muleque! rassssga !!!!!
PIQUENO (A) - rapaz ou moça ex: Ei piqueno pega aí essa tigela de açai!
BAQUE - pancada, machucado
TU VAI TE LAÇÁ - tu vais te dar mau
BEM BÃO! - interjeição que indica surpresa. Demais bom: muito legal, gostoso etc
BARÃO - refere-se a qualquer pessoa que tenha muito dinheiro.
PISSICA - má sorte (pode ser usado tb pra torcer contra – fazer pissica)
LÁ NA CAIXA PREGO - lá longe, longe, longe pra ca…
PORRUDO - enorme
CAPA O GATO - vai embora. corre
NA ROÇA - Sem dinheiro.
“DANDO PASSAMENTO” - passando mal por causa da fome.
TÔ BROCADO” - Estou com muita fome
Esse cara é meu AVÍU! - Esse cara é meu amigo!
açaí de 10 reais - Pessoa grosseira
PLOC - garota de programa
TÁÁÁÁ BUNITINHO!!!!!! - duvido!
CUIRA - gastura - impaciência
MATA NO MEIO - queimada (brincadeira)
NAVIO GAIOLA - embarcação tipica dos rios amazonicos .
MAS É? - quando tá tirando uma com a pessoa
ESPIA - olha (ironizando)
NEM TE CONTO - vem cá quero te contar uma coisa
PANEMA - pessoa de má sorte
BOIEI - quando a pessoa não entende do q está sendo falado.
LÁ ONDE O VENTO FAZ A CURVA - muito longe
SÓ O CREME MANO - coisa muito boa, melhor parte, uma seleção do que existe de melhor! pode ser utilizado em qualquer frase.
MUITO FIRME!! - a muito bom(a).
APURRINHAR - aborrecer
FACADA - alguma de coisa de custo elevado.P.ex: Olha esse vestido tá lindo, mas custa uma facada.
LESO, LESERA e similares - quando alguém faz alguma coisa idiota. P.ex: Deixa de lesera ! OU Tu és (é) leso é ?
NÓ CEGO - Pessoa com má conduta, traquinas.. Ex: fulano não vale nada.. é muito nó cego!
PISA - surra, caracterizada pela mãe do indivíduo. Ex: Menino desce daí.. tu vais pegar uma “PISA”.
CURUBA - ferida
PÉ INCHADO - pessoa q bebe muito
VÔ CHEGANO SU MANU - vou indo amigo
MININU MIXILHÃO - menino q mexe muito
REMENDO - conserto ou costura numa roupa Ex: Fulana saiu com uma roupa toda remendada.
ARREMEDAR - o mesmo que imitar. Ex: Cuidado, não fique arremendando aquele memino gago!
EMPARFELADO - Bem vestido, arrumado. Ex: Aonde vais todo emparfelado desse jeito?
EMPERIQUITADO - o mesmo que emparfelado. Ex: A madame desceu a escada toda empiriquitada para sair.
POMBA LESA - quem é meio desligado, boco.
TÁ SAFO - tá beleza.
SAFO - quem é bom em algo.
TO NA GRADE - tá esperando a vez de jogar.
ME EMBRULHA - me cobre.
PEGAR O BECO - sair do lugar
FICOU NO VÁCUO - ninguém ligou,
BAFO DE ONÇA - mal hálito
TU É SÓ BAFO - mentiroso

APO A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA BRASILEIRA

Professora: Rita Rapold

Disciplina: Fundamentos Filosóficos e   Epistemológicos da  Psicologia
 
Muitos acontecimentos, mostram-se relevantes para se compreender os desenvolvimentos acelerados e ricos das ciências psicológicas no Brasil do século XX, em particular no assim chamado "período universitário" (a partir de 1934) e "profissional" (a partir de 1962) (Pessotti, 1988). 
No ensino filosófico, no âmbito da Faculdade de Direito de São Paulo, parte dos problemas da subjetividade é considerado como propedêutico à teoria e à prática jurídica e estrutura-se ao longo do século XIX, em três fases principais, conforme às orientações doutrinárias dominantes.
A primeira fase, que abrange as primeiras três décadas do século XIX, a psicologia filosófica transmitida nos cursos acadêmicos é inspirada, por um lado, na escola sensualista francesa de Cabanis, Condi D'Holbach e, por outro, no empirismo moderado.
A segunda fase histórica do ensino da psicologia filosófica na Faculdade de Direito é marcada pela influência profunda do ecletismo espiritualista introduzido no Brasil pelo frei Francisco Mont'Alverne e baseado na conceituação dos filósofos franceses V. Cousin (1729-1867), Maine de Biran (1766-1824) e Royer-Collard (1729-1867).. A psicologia é por ele considerada como o fundamento das disciplinas filosóficas, o que justifica o interesse e o espaço dedicado à mesma pelos compêndios inspirados nessa doutrina.
E, aTerceira fase: A psicologia científica, recém-nascida, é colocada em continuidade à tradição mais antiga da psicologia filosófica. O estudo da psique humana é desenvolvido no contexto mais amplo da antropologia, ou seja, do conhecimento do homem na sua realidade complexa de corpo e alma. A finalidade da psicologia é puramente especulativa e os autores frisam sua utilidade para o conhecimento das faculdades intelectuais empregadas na indagação metafísica ou teológica.
 O ensino da Psicologia no Brasil, no início do século XIX,  restringia-se praticamente ao currículo das antigas escolas normais, como disciplina integrante  destinados à formação de docentes para as então chamadas escolas de ensino primário. O ensino, basicamente teórico, não obstante a existência de laboratórios brasileiros de psicologia que teriam surgido no final do século XIX e nos primeiros anos do século XX, não almejava ainda nenhuma prática de cunho profissionalizante.
Em 1934, é criada a Universidade de São Paulo (USP) e, em 1938, cria-se o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), sob a direção de Lourenço Filho, que contribui para a extensão dos servi ços de psicologia aplicada à educação em vários estados do Brasil e em país visinhos. Ainda em 1938, o Instituto de Educação que vinha ministrando cursos de educação superior como unidade complementar da própria USP foi por ela absorvido e passou a constituir a Secção de Pedagogia da Universidade. O Laboratório de Psicologia passou a pertencer à Cátedra de Psicologia Educacional da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP; e a incorporação do Instituto de Educação da Escola Normal do Rio de Janeiro à Universidade do Distrito Federal em 1935, foram fatos que marcam o início de uma nova fase da história da psicologia brasileira: “a era universitária”.
Naquela época, o estudo da Psicologia na universidade ainda estava atrelado, principalmente ao curso de Pedagogia, cujo currículo incluía várias disciplinas de natureza psicológica, ou pelos cursos de Filosofia ou de Ciências Sociais, estes com menor carga de disciplinas psicológicas. Em 1958, por proposta de Annita de Castilho e Marcondes Cabral, que era professora contratada para ensinar a disciplina de Psicologia do Curso de Filosofia da então, FFCL (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) da USP, começou a funcionar naquela Faculdade o provável  primeiro curso de graduação em Psicologia no Brasil, criado por uma Lei Estadual aprovada em 1957. Com a duração de três anos, esse curso conferia aos que o concluíam, o diploma de Bacharel em Psicologia, mas era de caráter predominantemente teórico e acadêmico e não dava nenhum direito de natureza profissional ao diplomado. A Cátedra de Psicologia Educacional passou a se encarregar do ensino de algumas disciplinas nesse novo curso, como: psicologia da aprendizagem, psicologia do desenvolvimento, psicologia da personalidade. 
Além da área educacional, a aplicação da psicologia foi pioneira no setor industrial. Por volta de 1924, várias atividades foram iniciadas, principalmente aquelas relacionadas à seleção de pessoal para trabalhar nas indústrias. No final da década de 50, aqueles que trabalhavam em Psicologia como professores universitários da disciplina, ou os que aplicavam os conhecimentos desta ciência em instituições como o SENAI, o SENAC, o ISOP no Rio de Janeiro, o OSP em Belo Horizonte e outros institutos, julgaram que era chegado o momento de se regulamentar a profissão de psicólogo no País e de se estabelecer normas para a formação regular desse profissional. Promoveu-se, então, uma verdadeira campanha, junto ao Congresso Nacional, no sentido de se aprovar uma Lei que regulamentasse a profissão e estabelecesse a respectiva formação. Após alguns anos de luta, finalmente, em 27 de agosto de 1962 foi sancionada a Lei nº. 4.119 que atendeu às reivindicações da classe. Em homenagem a essa grande conquista, o dia 27 de agosto passou a ser considerado "dia do psicólogo" no Brasil.
Desde 1955, a autora Mercedes Cunha Chaves de Carvalho, quando entrou na Universidade Federal da Bahia- UFBA, ouvia do seu professor João Ignácio de Mendonça que ministrava aulas no curso de Filosofia da universidade, a necessidade de criar um curso de formação acadêmica na área psicológica. Naquela, época o mestre João Ignácio se preocupava com a formação de um profissional que fizesse a investigação e a práxis na psicologia, para que esses espaços não fossem ocupados por charlatões e profissionais improvisados de outras áreas como já acontecia, mas por profissionais devidamente capacitados.
Nos hospitais psiquiátricos, nas escolas e na administração pública havia a necessidade de se conduzir professores a tornarem-se  Psicometristas. Estimulados por médicos que não tinham tempo para se dedicar ao trabalhado sistemático de avaliação diagnóstica com base nos testes psicológicos, esses médicos já estavam assumindo a função de psicólogo.
Iniciou-se nas universidades brasileiras um esforço dos professores de psicologia das faculdades de filosofia no sentido de buscar suprir esta formação nos cursos de Filosofia e Pedagogia, com a inclusão de disciplinas de várias áreas de estudo da Psicologia, como: Psicologia Geral, Psicologia da Personalidade, Psicologia Social, Psicologia Diferencial e Psicologia Aplicada. Na Bahia, João Ignácio do curso de Filosofia e  Isaías Alves de Almeida do curso de Pedagogia foram os responsáveis pela preparação de profissionais com conhecimentos sistemáticos em disciplinas específicas, que são necessárias à implantação dos Cursos de Graduação em Psicologia.
Constituiu-se, a nível nacional, a partir de 1957, um grupo e um movimento a favor da regulamentação da profissão de psicólogo, ao qual, o professor João Mendonça passou a fazer parte. O primeiro curso de Psicologia do Brasil foi criado na universidade de São Paulo em 1958. Na Bahia, devido a preconceitos, resistências e reservas de mercado, a implementação do curso só ocorreu em 1968, portanto dez anos depois. Essas são as possíveis hipóteses de obstáculos que retardou o objetivo de João Ignácio de criar o curso de Graduação em Psicologia na Universidade Federal da Bahia. Nas décadas de 50 e 60, ainda imperava a hegemonia do ensino médico que por tradição possuía alto nível de status social. Sendo assim, a criação de um curso de Psicologia ameaçava aos profissionais de várias especialidades médicas que detinham os saberes da área de Psicologia, por falta de profissionais específicos.
Uma parceria da cadeira de Psiquiatria com o Instituto de Seleção e Orientação Profissional da Fundação Getúlio Vargas, propiciou em 1955, treinamento em técnica de entrevista e testes projetivos para alunos da área médica da Universidade. Devido a reivindicações do professor João Mendonça e de um grupo de estudantes, não foi possível excluir os alunos de Pedagogia e Filosofia. Esta parceria criou, em 1958 o Instituto de Orientação Vocacional. Devido a esta iniciativa de criação do IDOV, o instituto terminou sendo constituído por alunos recém formados dos cursos de Filosofia e Pedagogia e por alguns profissionais mais experientes da mesma área.
Apesar de o IDOV ter sido criado como órgão suplementar, o Professor João Mendonça idealizava fazer do mesmo, um espaço natural de estágio para os futuros alunos do curso de Psicologia, mas, o IDOV foi extinto antes que lhe fosse possível realizar esse sonho. Em 1961, mudanças ocorridas nas estruturas de poder da Universidade levaram o Professor João Mendonça a solicitar providências para a criação do curso de Psicologia. A viabilização dependia de modificação no regimento Interno da Faculdade de Filosofia. Mesmo assim o projeto foi aprovado. Porém depois de o projeto adormecer por um ano na Reitoria, João Mendonça reiterou a solicitação ao Conselho Departamental, ao tempo em que comunicou a aprovação da Lei Federal 4.119, de 27 de agosto de 1962, que regulamenta a profissão de psicólogo no País.
Trocas de ofícios, cansativas providências e prolongados engavetamentos do processo demonstravam o pouco interesse na autorização do início do curso. Os prenúncios da Reforma Universitária vieram deter a marcha dos acontecimentos, o que possibilitou a criação do mencionado curso, em decorrência do clima propício a novas ações, estabelecido durante o mandato do então Reitor, o Professor Roberto Santos e se começou a pensar no curso de Psicologia com menos preconceito e a regulamentação da profissão do psicólogo foi finalmente efetivada.

Tratamentos por neuroestimulação para cefaleia em salvas gera controversias

O implante de eletrodos no cérebro está sendo estudado para o tratamento da dor de cabeça mais severa já conhecida

Acesse abaixo e confira toda reportagem

Cientistas recuperam memória de ratos com Alzheimer

A perda de memória é um dos principais sintomas da doença


Acesse abaixo e confira toda reportagem

RESENHA DO DOCUMENTÁRIO “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”

Professora: Rita Rapold
Disciplina: Fundamentos Filosóficos e   Epistemológicos da  Psicologia

Intitulado “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”, o documentário poético dirigido por Marcelo Masagão, lançado no Brasil em 1999, é uma retrospectiva artística do século XX. Ao inserir no filme uma música melancólica e tocante, Masagão casa perfeitamente as imagens com a trilha sonora, dispensando o uso das palavras, que ora aparecem como citações pertinentes ao tema.
O diretor dá uma volta ao mundo, contextualizando as imagens dos principais acontecimentos do século XX, passando por guerras, dirigindo o olhar para a banalização da vida e da morte. Aborda a industrialização do mundo e as conseqÃ?entes mudanças dela advindas – trata da alienação dos trabalhadores que se transformaram em peças da engrenagem capitalista, trocando a zona rural pelo sonho de uma vida melhor na cidade, trabalhando nas fábricas de automóveis, como mostra o filme, diminuindo o tempo de produção de um carro de doze horas para cerca de uma hora e meia, passando a vida toda, no entanto, lutando por um “sonho” ao qual não se incluía a aquisição de um desses carros.http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=2587825706666680006
Exibe cenas de personalidades como o ator Fred Staire, o jogador Garrincha, demonstrando uma analogia entre as imagens e faz um paralelo com pessoas comuns em sua rotina cotidiana, denotando a subjetividade do sentido atribuído a cada uma das funções por eles exercidas. O filme instiga a todo instante o expectador, a refletir a cerca do sentido da vida. É um constante jogo de significantes e significados, onde o banal convive com o excencial. E se misturam. 
 Mostra o horror dos assassinatos em massa, por ocasião das guerras, comandadas por líderes, como: Hitler, Stalin, Mussolini, Pinochet e outros, que submetiam a humanidade às suas paranóias, minimizando o sentido da vida e reduzindo a pó, histórias, sonhos, desejos, famílias, possibilidades e tudo mais que estivesse por trás dessas vidas, e deixando ainda um saldo negativo de desilusões, humilhações, desesperos, depressões, mortes, em nome de “ ideais” subjetivos e questionáveis. Matando milhões de vidas diretamente, e a tantas outras, indiretamente, a longo prazo.
Masagão fala da mudança nas formas de comunicação, bem como dos avanços tecnológicos e científicos após o advento da Revolução Industrial. Mostra a importância da descoberta da psicanálise nesse momento e a evolução da independência feminina ao longo do século, lembrando a queima dos soutiens em praça pública, em sinal de protesto à repressão feminina. As mini-saias aparecem e os maiÃ?s diminuem. As mulheres buscavam reconhecimento do seu espaço na sociedade e reivindicavam sua inserção no mercado de trabalho sob o lema: “We can do it”.
Relembra a queda do Muro de Berlim, a violenta Revolução Cultural na China dos anos 70, sob os pés de Mão Tsé-Tung; a extração aurífera em Serra Pelada, no Brasil; a quebra da Bolsa de Nova Iorque,que levou, a uma grande crise econÃ?mica nos EUA em 1929, e o inevitável desemprego da população, a fome, a perda da dignidade e a inutilidade dos diplomas dos letrados da época.
Tudo apresentado com imagens chocantes e de forma dinâmica, como eram dinâmicas as profundas mudanças que ocorriam. A dissipação de famílias e sonhos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, devastadas pelas bomba s atÃ?micas; cita intelectuais, cientistas, escritores subversivos que tiveram seus livros queimados em praça pública por soldados nazistas. 
Uma profusão de acontecimentos e emoções deles advindas. Era o século vinte, com seus absurdos e suas contradições, conquistas, descobertas e destruições, benefícios e malefícios da globalização. O homem criando suas ferramentas que irão recriá-lo, quiçá, destruí-lo.
A arte mostra a nudez de várias formas, de Eduard Duchamp a Munch, os artistas expressam a igualdade entre os sexos, que é exaltada e passa a ser valorizada. Religiões como o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduísmo e o Candomblé são abordados como formas de buscar a Deus e Masagão surpreende o espectador ao mostrar uma criança “em alguma esquina do hemisfério sul, abandonada, fragilizada, indefesa, e ainda assim, viva. A esperança na busca de Deus, a sustenta.
Recorda os ideais pacifistas de Mahatma Gandhi, no Tibet, que venceu resistê ncias imperialistas sem usar violência.
O filme é todo exibido em preto e branco e no fim um cemitério aparece em cores. No portal de entrada uma frase: “Nós que aqui estamos, por vós esperamos” sugerindo uma igualdade de condições entre todos os que lá estão e nós que lá um dia estaremos. Pois, não importa o que pensamos e façamos, nem como e nem quando façamos, Eis uma certeza que chega a todos

FICHA TÉCNICA:
Título original:          “Nós que aqui estamos por vós esperamos”
Tempo de duração:    73 minutos
País de origem:          Brasil
Idioma do filme:         Português
Diretor:                     Marcelo Masagãp
Gênero:                     Documentário

A NATUREZA SOCIAL E CULTURAL DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO

Na formulação da teoria sócio-histórica, Vygotsky nos aponta bases para novos olhares entre o plano social e individual da ação e nos mostra que o desenvolvimento psicológico se dá no curso de apropriação de formas culturais maduras de atividade. Além do mais, traz uma grande contribuição para a educação, na medida em que discute sobre as características psicológicas tipicamente humanas, suscitando questionamentos, diretrizes e formulações de alternativas no plano pedagógico.

Ao dizer que o sujeito constitui suas formas de ação em atividades e sua consciência nas relações sociais, Vygotsky aponta caminhos para a superação da dicotomia social/individual, pois a ação do sujeito é considerada a partir da ação entre sujeitos e o sujeito só é sujeito no contexto social. Assim, o psicológico só pode ser compreendido nas suas dimensões social, cultural e individual.